Ossesio Silva solicita instalação de agências da CEF em Pernambuco

Ossesio Silva registra 128 anos da abolição da escravatura com críticas ao racismo

Republicano criticou as altas taxas de encarceramento dos afrodescendentes e tratou de novas formas de exploração de mão de obra em condições precárias

Publicado em 18/5/2016 - 00:00

Ossesio Silva solicita instalação de agências da CEF em Pernambuco
Parlamentar republicano coordena a Frente de Combate ao Extermínio da Juventude Negra em Pernambuco

 

Recife (PE) – Ao registrar a passagem dos 128 anos da abolição da escravatura no Brasil, celebrados no último dia 13, o deputado Ossesio Silva (PRB-PE) repudiou, na Reunião Plenária desta terça-feira (17), a persistência do racismo e das desigualdades sociais no País. O parlamentar republicano, que coordena a Frente de Combate ao Extermínio da Juventude Negra em Pernambuco, frisou que a violência, o encarceramento massivo e a falta de oportunidades prejudicam mais fortemente a população negra.

Ossesio Silva lembrou que o patrono da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Joaquim Nabuco, foi um abolicionista, porém, mais de um século após a assinatura da Lei Áurea, “os traumas raciais continuam vivos”. O deputado do PRB citou pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apontando que a taxa de homicídios de negros é cerca de 130% maior que a do restante da população. Segundo ele, o racismo e as diferenças no acesso a emprego, moradia, estudo e renda continuam influenciando essa realidade.

“Para Joaquim Nabuco, a história da escravidão na América era um abismo de degradação e miséria. Já o antropólogo mineiro Darcy Ribeiro disse que o Brasil, último País a acabar com a escravidão, ‘tem uma perversidade intrínseca na sua herança, que torna a nossa classe dominante enferma de desigualdade e descaso’”, citou, ao lamentar a falta de políticas públicas nas comunidades quilombolas pernambucanas.

O republicano criticou, ainda, as altas taxas de encarceramento dos afrodescendentes e tratou de novas formas de exploração de mão de obra em condições precárias, praticadas sobretudo pelos setores madeireiro, carvoeiro, de mineração, construção civil e nas lavouras de cana-de-açúcar, algodão e soja. Ele destacou que mil pessoas foram retiradas de condições análogas à escravidão em 2015, conforme balanço do então Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS). O parlamentar também registrou que a ONG internacional Walk Free Foundation estima que haja no Brasil 200 mil pessoas realizando trabalho forçado. Ossesio Silva repudiou, ainda, o racismo praticado por meio das redes sociais.

Em aparte, Professor Lupercio (SD) elogiou a iniciativa do colega de tratar do tema no Plenário da Casa. “O preconceito existe. Nos sistemas prisionais, o que a gente mais vê é pobre e preto”, disse. Silvio Costa Filho (PRB-PE) ressaltou que, segundo estatísticas mais recentes, mais de 70% dos jovens entre 15 e 29 anos assassinados no País são negros. “São, muitas vezes, desempregados que não tiveram a oportunidade que merecem”, observou.

Texto e foto: Ascom – deputado estadual Ossesio Silva

 

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