Os limites do humor e o preconceito

Artigo escrito por Carlos Geraldo, presidente do PRB Pernambuco.

Publicado em 16/1/2015 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 15:24

Uma obra de arte política que vende estilos de vida reproduz e fortalece estereótipos, ou mesmo combate preconceitos. O humor tem o poder de manifestar-se de forma conservadora provocando muitas vezes discussões intermináveis sobre seus limites. Há quem diga: ‘as piadas não têm fundo de verdade, são a verdade com nariz de palhaço’.

Toda piada tem um alvo e quando reforça visões claramente preconceituosas desperta para um questionamento: onde estão os seus limites? Muitos humoristas apoiados na Lei da Liberdade de Expressão não veem motivos para arbitrariedade, entendida por eles, como censura. Todavia, de acordo com a Constituição Federal, o direito a essa liberdade não pode ser utilizado para ferir a dignidade humana especialmente nos meios de comunicação social.

Geralmente grupos historicamente excluídos são as principais vítimas desse discurso, ovacionado pelas mentalidades xenofóbicas, racistas, classistas e machistas. Outros profissionais da arte de fazer rir acreditam na força renovadora de fazer piadas e comparam os espetáculos com um momento político capaz de interferir diretamente no modo de vida das pessoas fazendo-as pensar.

Dessa forma, quando a piada consegue retratar as mazelas da sociedade mostrando as dificuldades de um determinado grupo, essa piada é uma piada transformadora. Ademais se cultura é capaz de mudar no tempo e no espaço, usemos a arte do humor para combater diferenças étnicas e culturais arrastadas pelas gerações.

 

*Carlos Geraldo é o presidente regional do PRB em Pernambuco

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