O gigante que anda sobre rodas

Artigo escrito por Rogéria Santos, vereadora em Salvador pelo PRB

Publicado em 6/6/2018 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 12:09

Dentre outras tantas categorias profissionais no Brasil, a dos caminhoneiros é de fundamental importância, haja vista ser ela a responsável pela circulação da economia, os caminhoneiros são responsáveis pela movimentação de mais da metade das cargas do nosso país. Uma categoria heterogênea, porém, relevante para sociedade mundial, mas que, infelizmente, não é reconhecida em sua importância e potencial de reflexos na vida dos cidadãos. Na verdade, são gigantes sobre rodas.

No dia 21 de maio, teve início a paralisação dos caminhoneiros, que protestam, principalmente, pela redução dos impostos no óleo diesel. Em que pese ser uma categoria avessa à politização, com a paralisação da categoria, os postos de combustíveis e diversos eixos da economia da Bahia e de vários outros estados do país foram atingidos e, consequentemente, o consumidor final, os cidadãos, incluindo, por óbvio os caminhoneiros, padeceram os efeitos da paralisação. Além disso, estamos à mercê de um estado de emergência, decerto, capitaneado pelo excesso de governo e pela falta de políticas de Estado que mudem os rumos do país.

Não obstante o movimento ser pacífico, as manifestações bloquearam as rodovias e estradas marginais, dificultando o fluxo de veículos, impactando na saúde e na sobrevivência. Todavia, o sentimento de solidariedade dos demais cidadãos falou mais forte, pois, todos nós vivemos os erros da ingerência estatal, todos nós somos afetados.

Enquanto presidente da Comissão Especial Temporária de Defesa dos Direitos dos Consumidores e vereadora da cidade de Salvador, acredito que o Brasil tem mais uma das suas peculiaridades: é a mais dependente do modal rodoviário e vive o desmonte dos sistemas ferroviários e fluvial diuturnamente. Tal ingerência traduz em prejuízos, sobretudo, para o consumidor, que é o prisioneiro final dessa falta de políticas que mudem essa realidade, padece os impactos da inflação no seu bolso.

Essa paralisação mostrou que podemos entrar num quadro crítico de recessão, se não já estamos, pois os reflexos foram, estão e serão sentidos na vida de toda a sociedade mundial, desmantelando a vida do consumidor final. É chegada a hora de reflexão profunda, afastado qualquer condão político-partidário. É chegada a hora de nós, enquanto agentes políticos, de fato, fazer valer nossa missão institucional do Estado Democrático de Direito constituído pela Constituição, afinal, ela é ou não uma Constituição Cidadã?

*Rogéria Santos é vereadora em Salvador pelo PRB

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