Do jeitinho brasileiro

Alfredo Santana é vereador em Recife pelo PRB Pernambuco.

Publicado em 29/12/2014 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 15:27

Alguns países têm guerras, outros terremotos, o Brasil corrupção. Conhecido mundialmente como jeitinho brasileiro, está presente em todas as classes e grupos sociais, do mais baixo ao mais alto escalão do poder.  Um comportamento apontado como característica comum de seu povo.

No passado, os homens eram julgados por seus crimes de acordo com os privilégios. Antes da Revolução Francesa, por exemplo, havia um código de leis diferenciado para os nobres e para o povo, desse modo alguns comportamentos só eram considerados crimes se cometidos pelos plebeus. Hoje, mesmo diante de um código universal, que rege por todos e para todos, muitas normas parecem obrigações de uma minoria.

Com uma forma muito peculiar de lidar com a lei, os brasileiros fazem exigências, cobram seus impostos e até protestam contra a corrupção. Entretanto, não abrem mão de dar um jeitinho quando o assunto é cumprir as leis.  A cultuada desculpa costuma ser usada para burlar regras, furar filas, andar pelo acostamento, avançar sinais de trânsito e tantas outras formas de tirar vantagens. O jeito ‘’malandro’’ de agir amplamente aceito, desiguala, atrasa e arrasta os problemas sociais.

No Brasil, a transgressão é um problema histórico enraizado, desde as Colônias, quando seus donatários deram um jeitinho para tornar a verba pública em privada, modos repetidos até os dias de hoje. É necessário exigir do governo honestidade e melhores condições de vida, contudo é preciso também, eliminar e fiscalizar comportamentos no próprio convívio social. Dessa forma contribuiremos não apenas com tributos, mas com atitudes éticas indispensáveis à vida em grupo.

*Alfredo Santana é vereador pelo PRB Pernambuco em Recife 

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