De Detroit a São Paulo

Líder republicano alerta para a possibilidade das pessoas começarem a abandonar São Paulo caso a crise da água se agrave.

Publicado em 19/2/2015 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 15:21

Detroit, nos Estados Unidos, foi uma das cidades mais ricas e importantes do mundo na década de 50, considerada a Capital do Automóvel, mas viu seu poder ruir depois que a indústria reduziu sua produção diante da concorrência, principalmente com as montadoras do Japão.

Dos quase 1,8 milhão de habitantes alcançados durante o período de glória, Detroit tem hoje cerca de 700 mil. Estima-se que haja 78 mil imóveis vagos e ao menos 13 mil residências ficam vagas todos os anos. Bairros inteiros estão abandonados. A dívida da prefeitura passa dos US$ 18 bilhões.

Empresas foram embora e levaram os empregos. A taxa de criminalidade é a maior em 40 anos e 40% dos postes de iluminação estão quebrados. Com essa fuga em massa, a arrecadação de IPTU também caiu, agravando ainda mais a qualidade dos serviços públicos, que é péssima.

A Grande São Paulo e parte do interior vivem uma crise hídrica sem precedentes na história. O governador Geraldo Alckmin reconheceu semana passada que já há racionamento de água. A Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) divulgou uma lista das cidades e dos bairros atingidos.

O Sistema Cantareira deve secar até março, disse o presidente da Sabesp, Jerson Kelman. À imprensa, ele afirma que “é preciso estar preparado para o pior”. O pior, entendo, é não ter água nas torneiras de boa parte dos 20 milhões de habitantes da Grande São Paulo.

Há uma forte campanha de conscientização para a economia de água, com multas pesadas para quem gastar além da média dos últimos meses. Há também a torcida para que chova forte nos reservatórios, além de outras medidas já anunciadas pelo governo.

O problema de Detroit é a falta de emprego. Aqui é a falta d’água. É até possível viver sem emprego, mas não há futuro para a sobrevivência humana sem água. Poderemos ver em breve fugas em massa e bairros inteiros abandonados caso a previsão de Kelman se concretize.

As empresas também começarão a deixar São Paulo levando consigo seus empregos e os impostos. O colapso pode ser ainda mais devastador para diversas cidades do estado mais importante do país. Algo inimaginável até então.

Detroit luta para se reerguer e pagar a dívida bilionária. Há um grande esforço empregado para a reocupação da cidade. Essa batalha não é nova. Mas até agora não houve sucesso. É bem provável que a glória do passado permaneça por lá, apenas no saudosismo.

Se São Paulo ruir como Detroit, então estaremos diante da maior catástrofe já vista no Brasil. Não é o anúncio do Apocalipse, é apenas a constatação de que vamos pagar pela nossa própria ineficiência em gerir os recursos naturais, essenciais para a existência da vida.

Diante de tudo isso, toda medida para evitar esse mal maior precisa ser tomada. Deve haver um esforço conjunto entre a União, o Estado e os municípios para garantir que o problema seja resolvido. Não podemos admitir que São Paulo tenha esse triste destino.

 

Marcos Pereira

Presidente Nacional do PRB

*Artigo publicado no Diário da Região – Rio Preto (SP)

 

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