Crivella vistoria obras do BRT Transbrasil

O objetivo foi certificar a qualidade dos materiais utilizados na obra e garantir que não ocorram erros de projeto como os denunciados na execução dos corredores Transcarioca e Transoeste

Publicado em 29/10/2018 - 00:00

Crivella vistoria obras do BRT Transbrasil
A inspeção foi realizada com o objetivo de certificar a qualidade dos materiais utilizados na obra e garantir que não ocorram erros de projeto como os denunciados na execução dos corredores Transcarioca e Transoeste

Rio de Janeiro (RJ) – O prefeito Marcelo Crivella (PRB) vistoriou, na sexta-feira (26), o canteiro de obras do BRT Transbrasil, na Ilha do Governador, às margens da Linha Vermelha. A inspeção foi realizada com o objetivo de certificar a qualidade dos materiais utilizados na obra e garantir que não ocorram erros de projeto como os denunciados na execução dos corredores Transcarioca e Transoeste. Acompanhado do secretário de Infraestrutura e Habitação, Sebastião Bruno, Crivella supervisionou a usinagem das peças pré-moldadas dos viadutos, passarelas e vigas que farão parte da via, que tem conclusão prevista para outubro de 2019.

Crivella vistoria obras do BRT Transbrasil

“Verifiquei que, aqui, temos aquelas barras de aço de 1 e 1/4 que faltaram nas obras da Transcarioca. Lá, nos 78 km de extensão, faltaram 238 mil barras como essa (foto). Aqui, temos três a cada metro. Vamos garantir que a Transbrasil seja isenta de propina e corrupção. A falta desse material representa um mar de fissuras, as fissuras viram trincas, e as trincas rachaduras e prejuízos. É o que aconteceu na Transcarioca”, disse o prefeito.

Somente com o Transcarioca, o prejuízo estimado supera R$ 500 milhões (destes, R$ 110 milhões em serviços e materiais e R$ 400 milhões referentes aos aditivos do contrato, feitos sem que a obra estivesse de acordo com o previsto). O prejuízo relacionado ao BRT Transoeste ainda é apurado.

No canteiro da Ilha do Governador, o prefeito assistiu uma simulação, em vídeo, das futuras estações do BRT. Ele também inspecionou os modelos de postes da iluminação pública que será instalada na via, e visitou as duas usinas de concreto responsáveis pelo processo de feitura da pavimentação rígida das pistas. Na ocasião, Crivella simulou operar uma maquina Wirtgen, conhecida como acabadora de concreto, capaz de fazer 200 metros de pista de concreto por hora.

“O canteiro funciona como uma mini-indústria com usina para peças pré-moldadas e outra para produzir o concreto do pavimentado. Essa Wirtgen foi importada da Alemanha, é a única no Brasil e entrega a pista totalmente pronta”, explicou o secretário Sebastião Bruno.

Obra Transbrasil

Além do trabalho com os pré-moldados de concreto no canteiro, cerca de 300 operários trabalham nesta sexta na instalação de uma galeria para deságue com 1.200 metros de diâmetro entre as passarelas 13 e 14, , na altura de Ramos. A intenção é acabar com os pontos de alagamento que se formam em dias de chuva forte na Avenida Brasil e nos acessos próximos.

O corredor Transbrasil vai ligar o bairro de Deodoro, na Zona Oeste, ao Terminal Américo Fontenelle, no Centro, e tem sua conclusão prevista para outubro de 2019. As obras foram licitadas em 2014 por R$1.416.999.380,46, sendo R$ 1,3 bilhão do Ministério das Cidades, a cargo da Caixa Econômica Federal (CEF). O restante foi oferecido como contrapartida do município. Até o momento foram desembolsados R$ 1.035 bilhão. Serão 39 km de extensão com 17 estações.

Paralisações

A Transbrasil sofreu duas paralisações. A primeira em agosto de 2016, quando o ex-prefeito suspendeu o contrato da obra, que só foi retomada em abril de 2017 pela atual gestão. Para essa primeira retomada foi necessário o pagamento do reajuste do contrato – previsto em lei – no valor de R$ 115 milhões, que não havia sido pago pela antiga gestão. Licitado em 2014, o projeto original previa apenas o trajeto Deodoro-Caju, e não contemplava os três terminais de integração (Deodoro, Missões e Margaridas).

Em novembro de 2017, o Ministério das Cidades ameaçou cortar os investimentos alegando que este traçado não seria usual para a população. Isso porque a antiga gestão prometeu levar o BRT de Deodoro até o Centro da cidade, mas só licitou até o Caju. Para garantir a continuidade dos investimentos uma nova proposta foi apresentada em janeiro de 2018. A sugestão foi estender o traçado do Caju até o Terminal Américo Fontenelle, que fica atrás da Central do Brasil, no Centro, sem custo financeiro extra, utilizando parte do concreto do pavimento rígido do trecho entre Deodoro e Irajá. A pista da Rodoviária Novo Rio até a Central do Brasil já foi feita em 2015 pela Cdurp e precisa apenas ser sinalizada. Com isso o trajeto passaria a ser Deodoro – Centro.

Esta nova proposta de projeto entrou em análise pelo Ministério das Cidades e da CEF, que contingenciou os recursos. Sem o fôlego financeiro para manter a megaestrutura, o Consórcio Transbrasil foi obrigado a suspender as atividades entre fevereiro e julho deste ano, o que resultou na segunda paralisação. Em julho o governo federal concluiu a analise aprovando o projeto e liberando os recursos; a obra foi retomada no último dia 30 de julho.

Terminais licitados

Ainda este ano, a Prefeitura do Rio pretende lançar o edital de licitação para a construção de três terminais rodoviários: Deodoro, Missões e Margaridas, que juntos custarão R$ 200 milhões – recursos que virão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal (CEF). Após o início das obras, os três terminais serão concluídos em até 18 meses.

No projeto anterior, os três terminais custariam quase R$ 500 milhões. Eles tinham artigos considerados de luxo, como granito do estado da Bahia, e cobertura arquitetônica estilizada em forma de prancha de surf. Os novos terminais serão usuais no formado dos terminais de BRT da Barra da Tijuca e Recreio. Com a readequação do projeto, terminal de Deodoro custará R$ 100 milhões, enquanto que Missões e Margarida sairão por R$ 50 milhões cada.

Texto e fotos: Ascom – Prefeitura do Rio de Janeiro

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