Vamos continuar lutando pela causa da mulher

Artigo escrito por Tia Eron, deputada federal e presidente do PRB Bahia.

Publicado em 8/3/2015 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 15:20

Todos os anos o dia 8 de março é lembrado como a data em que funcionárias de uma fábrica de tecido em Nova Iorque, insatisfeitas com as condições de trabalho, fizeram uma greve que terminou com a morte de 130 delas. A matança de mulheres aconteceu em 1857 e a luta dessas guerreiras só foi reconhecida em 1910, durante uma conferência realizada na Dinamarca. Assim, nasceu o Dia Internacional da Mulher.

Fico feliz ao saber que no Brasil, 7.025.368 mulheres são donas do próprio negócio e essas empreendedoras representam maioria no país com 52,25%. Na Bahia, também nos destacamos porque somos 540.828 microempreendedoras. Outro dado interessante é que em 2014 foram criados 25 mil novos postos de trabalho, contra 8 mil em 2013. A abertura de novos postos de serviço possibilitou maior inserção da mulher no mercado. Outra conquista importante foi o direito do voto a partir de 1932.

Mesmo com os avanços, a luta continua: luta pelo reconhecimento profissional; pela dignidade, pela honra, pelo respeito por ser mulher e por ser negra. E o resultado dessas lutas são os exemplos de mulheres que batalham e conquistam seus espaços nesse mundo machista: são mulheres que superam o preconceito e a discriminação. Mas que também lutam contra o abismo salarial entre os dos sexos. O pouco número de mulheres na política também é uma constante.

Esses dados refletem nossa realidade e servem também para me impulsionar a nunca desistir dessa incansável batalha pelos direitos da mulher. Como vereadora de Salvador, por quatro mandatos consecutivos, estive presidente da Comissão Permanente em Defesa dos Direitos da Mulher que propôs a Lei Antibeixaria Municipal, em apoio a lei estadual da deputa Luiza Maia-PT. A legislação proíbe a contratação com dinheiro público de bandas ou artistas que tenham em seus repertórios, músicas que incentivem a violência, desvalorizem ou exponham a mulher. Ainda de nossa autoria no Legislativo Municipal, foram sancionadas as leis que dá prioridade as vagas para crianças filhas de mulheres vítimas da violência doméstica, nas creches da rede municipal de ensino; e a inserção, na grade das escolas, a disciplina extracurricular sobre a Lei Maria da Penha que combate à violência doméstica.

Cheguei à Câmara Federal e contribuiu para a aprovação do Projeto de Lei 8305/14, do Senado, que inclui o feminicídio entre os tipos de homicídios qualificados.

Nesse contexto, considero que a data é muito mais que uma simples comemoração. Essa data é uma grande oportunidade para cada um e cada uma se aprofundar e refletir sobre a questão ‘mulher’ que deixou de ser sexo frágil e partiu para lutar pelos seus direitos em busca de um presente concreto com realizações de sonhos, em busca de um futuro próspero sem ranhuras. Então, vamos sair do lugar comum e dar manutenção a essa busca pelos nossos direitos e aí sim, festejar com mais firmeza o Dia Internacional da Mulher.

 

*Tia Eron é deputada federal e presidente do PRB Bahia

Reportar Erro
Send this to a friend