Racismo em campo

Artigo escrito por Márcio Marinho, deputado federal e presidente do PRB Bahia.

Publicado em 23/5/2014 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 15:40

Às vésperas da Copa do Mundo no Brasil, o racismo, literalmente, entra em campo, e em pleno século XXI, somos obrigados a assistir a esse “espetáculo”  dantesco, que recria as iniquidades e repete a herança nefasta do racismo que nos persegue como se dele pudéssemos ser reféns.

O Brasil, como Nação democrática, e nós brasileiros, como povo livre, não podemos mais silenciar diante das afrontas racistas que nos lançam ao rosto como se fôssemos pessoas inferiores, sujeitas aos seus arcaicos e deformados conceitos acerca das raças humanas.

Precisamos responsabilizar criminalmente os autores desse tipo de tratamento indigno, desrespeitoso e que traz em si um carga de violência latente que, se não agirmos de forma firme, poderá facilmente ser deflagrada por esses personagens trágicos que foram objeto de  matérias na imprensa de todo o mundo.

Em poucas semanas foram três casos registrados no futebol espanhol. Primeiro foi o ataque racista ao brasileiro Daniel Alves que teve uma banana jogada em sua direção, em partida entre o Barcelona e Villarreal. Depois, foi a vez de Diop, do Levante, que foi ofendido por torcedores do Atlético de Madrid. O mais recente foi o caso da torcedora da Llagostera, time da terceira divisão espanhola. Funcionária do Museu do Barcelona, ela foi flagrada imitando um macaco para o atacante Koné, do Racing Santander, durante a partida. Pela atitude racista, a torcedora foi demitida do Barcelona.

O aumento de casos de atitudes racistas em campo, por parte de torcedores, não é um caso isolado e não pode ser tratado como um fato menor, pois recria naquele ambiente de competição, o que vivemos diariamente nas sociedades, onde pessoas de pele escura são tratadas como inferiores, discriminadas e vítimas de afrontas variadas.

A falta de oportunidades de educação e emprego, também é reflexo do racismo que impõe ao povo negro uma posição de inferioridade “perpétua”, à qual não aceitamos e repudiamos veementemente. Aos racistas: a lei!

*Márcio Marinho é deputado federal e presidente do PRB Bahia

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