Mas onde estão os culpados?

Artigo escrito por Carlos Geraldo, secretário nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte e presidente licenciado do PRB Pernambuco

Publicado em 21/9/2015 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 14:59

Vê-se por todo lado uma multidão de opiniões sobre os problemas mais evidentes que rodam o país. A economia que não está dando certo e, sobretudo, a política, como matriz de todos os problemas, que anda mais do que nunca abalada, porquanto a administração pública não vai bem, ‘’obrigado’’, faz tempo. Todos os dias novas notícias sobre o Governo assustam os interesses de uma determinada parcela. Não preocupados com os rumos do Brasil, mas com quanto se pode perder ou ganhar, individualmente, o lado norte dos pontos cardeais aponta para vários culpados, mas nunca para uma efetiva solução. São as mais variadas opiniões, muitas vezes, vazias, mas cheias de si mesmas. É a apatia de uns, e a cólera de outros sendo escancarada por todos os lados.

Algumas poucas medidas tentam acalmar os ânimos do país, mas a descida na ladeira abaixo do insucesso parece estar sem freio. Ora, este é o saldo que temos quando olhamos e tentamos entender a engenharia do problema, segundo o qual parece desfavorecer os que menos têm; menos educação, menos saúde, menos mobilidade etc. Nesse terreno fica difícil não analisar a mola que impulsiona a raiz do problema: A nossa velha conhecida Corrupção. Que se espalha, em escala exponencial, como um vírus em plena corrente sanguínea.

Diante de tudo isso, o país, é claro, quer o culpado. Será o Executivo, o Legislativo ou o Judiciário? Cabe, no entanto, ressaltar o papel da sociedade. Como parte integrante dela, somos parcialmente culpados quando, entre outras indissociáveis coisas, nos omitimos de exercer a cidadania, quando burlamos as regras, quando apoiamos formas desleais de percurso só para garantir a si mesmos; quando não fazemos nada e, por fim, talvez a mais dura de todas elas: Quando nos calamos e abdicamos de nossa autonomia e preferimos ser conduzidos a termos que conduzir, como eternizou La Boétie em seu clássico “Discurso sobre a Servidão Voluntária”. Por tudo isso só nos resta admitir que enquanto não nos inserirmos neste longo processo, continuaremos nos perguntado: Mas onde estão os culpados?

*Carlos Geraldo, secretário nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte e presidente licenciado do PRB Pernambuco

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