É preciso ir além da Maria da Penha

Artigo escrito por Anna Carolina, vereadora pelo PRB em Itajaí (SC)

Publicado em 8/8/2014 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 15:52

Quando se fala em problemas enfrentados pela mulher, a violência doméstica é o primeiro ponto que se destaca. E para isso a Lei Maria da Penha trouxe uma grande colaboração para o avanço. Apesar de estarmos longe da ‘violência zero’, este primeiro e importante passo foi dado. Mulheres que antes tinham vergonha de admitirem que eram agredidas passaram a se encorajar por saberem que não são as únicas. A situação deixou de ficar trancada entre quatro paredes.

Contudo, é preciso avançar em outros pontos que não somente a denúncia (e possível punição posterior) da violência. Ainda lutamos para dissolver a velha cultura que, por muito tempo, inferiorizou as mulheres. Como advogada, atuo também na resolução de conflitos familiares, e ainda vejo mulheres que preferem sofrer agressão a quebrar o que consideram o padrão familiar – marido, esposa e filhos.

Além disto, é preciso criar políticas que ajudem as mulheres a serem autossuficientes. Talvez pela dependência do marido, muitas destas que são agredidas e chegam ao ponto de registrar a ocorrência, acabam desistindo de representar contra o agressor. Preferem o sofrimento a terem de passar dificuldades para sobreviverem financeiramente, por exemplo. Portanto, fica evidente que a Lei Maria da Penha trouxe um avanço inegável, mas que sozinha não será suficiente para a paridade dos gêneros no convívio social.

*Anna Carolina é vereadora pelo PRB Itajaí – Santa Catarina

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