Crise em quatro rodas

O Brasil não pode correr o risco de perder postos de trabalho.

Publicado em 13/1/2015 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 15:25

A indústria automobilística no Brasil começou o ano já em crise. Segundo dados divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o país fechou 2014 com a segunda queda anual consecutiva. As vendas caíram 7,15% e as exportações 40% em relação a 2013. Essas constantes quedas definiram um cenário com os índices mais baixos nos últimos 12 anos, mesmo contando com os cortes de impostos fiscais ao longo do ano passado.

Isso provocou demissões em massa na Volkswagen, montadora no ABC paulista, o que mobilizou todos os funcionários da marca, que cruzaram os braços contra o anúncio. Cerca de 800 trabalhadores que estavam em férias coletivas voltaram do clima de festas de final de ano preparados para suas rotinas, mas se depararam com o anúncio de demissão.

Segundo o sindicato dos metalúrgicos, a Mercedes-Benz, montadora de carros de luxo, em Santo André, também no ABC paulista, demitiu 250 operários que voltariam do ““lay-off””,– uma prática juridicamente válida em que há uma suspensão temporária de no máximo cinco eses do contrato de trabalho, que tem parte do salário pago aos funcionários pelo governo federal para assegurar uma recuperação ou estabilidade financeira da empresa.

O que vimos nas últimas semanas nada mais é do que o agravamento de uma crise anunciada. Nestes momentos de tensão, é preciso uma posição de liderança clara e reavaliação das atividades econômicas. Os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, discutiram sobre o tema com Aloizio Mercadante, ministro-chefe da Casa Civil, e decidiram que não se deve recuar da decisão de elevar o IPI (Imposto sobre Produto Industrializado).

Com o IPI elevado, os preços dos automóveis subirão e a fuga dos consumidores das concessionárias pode ser ainda maior, fato que deve agravar o que já é preocupante. É um movimento arriscado que deve ser milimetricamente calculado. O novo momento deve ser de ajustes, não de ameaças.

PS: Ótimo 2015 a todos vocês!

 

Marcos Pereira

Presidente Nacional do PRB

*Artigo publicado com exclusividade no Blog do R7: http://noticias.r7.com/blogs/marcos-pereira/

 

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