“As diferenças de classe entre as crianças precisam acabar”, afirma Tia Ju

A deputada estadual destaca as lutas que devemos enfrentar contra a falta de oportunidade e a violação dos direitos dos pequenos

Publicado em 12/10/2016 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 14:02

Amanhecemos hoje comemorando mais um Dia das Crianças. Parabéns a todos os meninos e meninas por data tão especial. Neste 12 de outubro, os parques e praças estão carregados de energia dos nossos pequenos, todos mostrando seus brinquedos novos, uma alegria contagiante! Mas existe a outra face de uma mesma moeda: quantas crianças, hoje, não têm o que comemorar, sequer terão direito a uma pequena boneca ou a um carrinho?

Devemos sonhar com uma sociedade igualitária que dê as mesmas oportunidades a todos, mas nunca existirá uma sociedade dos sonhos se não pensarmos, diuturnamente, nas crianças e em fazer valer seus direitos consagrados tanto na Declaração Universal dos Direitos da Criança quanto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Há dois anos, dedico cada dia do meu mandato a garantir o cumprimento do ECA e, consequentemente, fazer valer os direitos das crianças.

Como deputada estadual e presidente da Comissão da Criança, do Adolescente e do Idoso da Alerj, cobro diariamente a correta aplicação dos recursos do Estado do Rio nas instituições beneficentes que cuidam de nossas crianças e adolescentes. A luta, entretanto, é desigual. Há um flagrante abismo entre as crianças que têm acesso a uma boa escola, ao lazer e entretenimento e a um bom brinquedo, àquelas que clamam pelo direito de acesso a esses mecanismos de inserção social.

A elas é que dedico grande parte do meu tempo, acompanhando a implantação de programas de apoio à primeira infância e a correta aplicação dos recursos por parte dos entes públicos. Sonho com o dia em que não precisaremos mais discutir as diferenças de classe entre as crianças. Não é utopia, basta o Estado Brasileiro, em articulação com estados e municípios, priorizar a educação infantil, dotando-a de excelência no aprendizado, qualificando e valorizando os mestres e estimulando nossas crianças desde a pré-escola.

Não precisamos de peças publicitárias como Pátria Educadora; necessitamos e queremos, sim, comprometimento de nossos políticos com a causa. Foi gratificante a quem defende a nobre causa das crianças, acompanhar a visita que o futuro prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, fez a Brasília, notadamente ao Ministério do Desenvolvimento Social, quando pediu apoio para implantar na Cidade Maravilhosa, caso eleito, o programa Criança Feliz, que faz acompanhamento pedagógico e psicológico das cerca de 40 mil crianças de 0 a 6 anos que vivem abaixo da linha da pobreza.

Com atitudes como esta, de governantes e gestores da educação, é que vamos manter a esperança e o sonho de um dia não precisarmos mais discutir as diferenças de classe, desde a educação infantil. Com comprometimento e observando apenas os interesses do povo, chegará o dia em que veremos todas as crianças, juntas, nas praças e nos parques mostrando, orgulhosas, seus brinquedos novos, seja a boneca preferida, seja o carrinho moderno.

*Tia Ju é deputada estadual e presidente da Comissão da Criança, do Adolescente e do Idoso da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ)

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