A alegria na derrota

Artigo escrito por Márcio Marinho, deputado federal pelo PRB Bahia.

Publicado em 9/7/2014 - 00:00 Atualizado em 5/6/2020 - 15:36

O Brasil perdeu! A derrota do Brasil foi uma humilhação! 7 a 1: vergonha histórica! Mas, me pergunto: o Brasil nação perdeu o que mesmo? Os alemães invadiram o nosso país, sequestraram nossas famílias, massacraram nosso gado, queimaram as nossas lavouras?

Precisamos de equilíbrio emocional para não supervalorizar eventos que, diretamente, não afetam em nada a nossa vida. No máximo provocam a exteriorização de uma tristeza momentânea. Parece uma incoerência, mas muitas vezes é quando confrontado com a contradição com o contrassenso, que o ser humano encontra o bom senso e a coerência. A valorização exacerbada da euforia ou do seu oposto, a melancolia, é sempre danosa.

A pessoa é um ser dicotômico por natureza, tendo em si duas “naturezas” atuantes: razão e emocional, que aparentemente se opõem, mas na verdade se complementam dando um “tom” de equilíbrio único ao agir humano. É a partir dessa inteligência que a nossa própria natureza nos mostra todo o tempo que, conscientemente, devemos escolher agir equilibradamente, valorizando cada coisa dentro do seu real valor.

A nós, cidadãos brasileiros, está colocada a responsabilidade de decidir sobre o destino do nosso país em 5 de outubro. As Eleições, e não a Copa, definirão o nosso destino político, econômico e social para os próximos 4 anos.

Por isso, o nosso lamento pela perda de um jogo não pode merecer mais dos que alguns poucos momentos do nosso valioso tempo, do qual devemos dispor para cuidar dos nossos interesses de maior monta, que de fato poderão contribuir para a melhoria das nossas vidas e dos nossos filhos.

O “país do futebol” precisa, na verdade, ser o país das boas escolas, dos bons hospitais, das crianças bem nutridas, dos idosos bem cuidados, dos pobres com direito a casa própria, dos programas eficientes de irrigação para erradicar a seca das regiões castigadas com a estiagem, do fim do analfabetismo, do fim do verdadeiro genocídio de jovens negros das periferias, do fim da carga exacerbada de impostos sem retorno efetivo para o povo. Enfim, o “país do futebol” precisa ser apenas o Brasil para os brasileiros!

*Márcio Marinho é deputado federal e presidente do PRB Bahia

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