Marcelo Crivella cria conselho para discutir políticas públicas para os autistas no RJ

Prefeito participou do Encontro com Pais e Familiares de pessoas com Transtorno Espectro Austista (TEA), promovido pelos vereadores Tânia Bastos (PRB) e Paulo Messina

Publicado em 3/1/2017 - 00:00

Marcelo Crivella cria conselho para discutir políticas públicas para os autistas no RJ
Crivella esteve reunido com famílias de crianças autistas durante uma cerimônia de boas-vindas na Casa da Gávea Pequena, na noite de domingo (01/01)

Rio de Janeiro (RJ) – Em seu primeiro ato como prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB) participou do Encontro com Pais e Familiares de pessoas com Transtorno Espectro Austista (TEA), no Alto da Boa Vista, bairro nobre na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, no dia 1º de janeiro. A sugestão veio do vereador Paulo Messina (PROS), pai de filhos autistas, e da vereadora Tânia Bastos (PRB), escolhida pelas entidades para ser madrinha dos autistas.

No encontro, Crivella anunciou a criação de um conselho ligado ao gabinete do prefeito para discutir políticas públicas aos portadores de transtorno do espectro do autismo. O conselho será liderado pelo deputado federal Otávio Leite e o deputado estadual Marcio Pacheco. As famílias destacaram a importância da criação do órgão e do encontro com o prefeito logo em seu primeiro dia de governo.

“O autismo é um assunto que está na pauta da prefeitura com prioridade. Este encontro é o primeiro passo para traçarmos um rumo e assumir compromissos”, destacou o prefeito, que ressaltou a publicação do decreto 42.758, no Diário Oficial de 1º de janeiro, que estipula prazo de 30 dias para o cronograma de nomeação de todos os Agentes de Apoio à Educação Especial aprovados no concurso realizado em 2014. “Vamos chamar os agentes pela ordem de aprovação. São 3.150 aprovados e nós vamos ter que adequar ao nosso orçamento, mas o importante é que vamos começar a chamar dentro deste prazo de um mês”, afirmou.

A vereadora Tânia Bastos é autora de diversas leis e vem lutando desde o início de seus mandatos por políticas públicas que possam atender as pessoas que sofrem com este transtorno. Ela ressaltou a falta de apoio dos governos anteriores com relação a esta causa. “Chegou o momento de sermos ouvidos. Tivemos dias ruins, de muita tristeza porque tudo que pedimos e brigamos anteriormente não conseguimos. Cada lágrima de uma criança deixava os nossos corações muito tristes. Temos leis estaduais e municipais e precisamos que o poder público faça o seu papel de cumpri-las”, declarou emocionada.

O encontro reuniu representantes de instituições importantes em defesa dos portadores de transtorno do espectro do autismo, como o grupo de pais Mundo Azul, que atua na discussão de projetos de leis para autistas há seis anos. “Em que gestão anterior, nós fomos ouvidos? Em que gestão anterior, nossos filhos estiveram presentes na primeira pauta do prefeito? Nenhuma. Este encontro é muito simbólico. Nossos filhos sempre foram esquecidos, discriminados e abandonados. A grande verdade é que o autismo é conhecido como síndrome dos invisíveis porque ninguém lembra deles”, pontuou uma das fundadoras do Mundo Azul, Denise Aragão.

Para Ana Kelly Moreno, que é mãe do Miguel de Oliveira, de 7 anos, o encontro significou um importante passo no diálogo com o órgão público. “Estou muito esperançosa com a criação do conselho e a publicação do decreto de chamamento dos agentes, que vai reforçar o atendimento dessas crianças na rede pública. As mães e pais de autistas precisam ser ouvidos, pois nós é que temos o convívio diário e sabemos a necessidade deles”.

marcelo-crivella-prb-encontro-sobre-autismo-foto-edvaldo-reis-03-01-17O grupo Compartilha, que reúne mais de 40 pais de autistas, também esteve no evento. Para o fundador do grupo, Jorge Vilas Boas, um dos principais fatores que precisa ser discutido é a educação. “Nossos filhos precisam ter acesso a instituições de qualidade, com mediadores e projetos específicos para a inclusão deles”, contou.

Um dos integrantes do conselho, o deputado federal Otávio Leite, apontou a importância em se discutir políticas públicas para os autistas. “Há um crescimento no mundo em relação ao autismo na sociedade. A lei federal 12.764, de 2012, traça uma política específica para que poderes públicos atentem para essa causa no campo da educação e no acesso aos bens civilizatórios que todos os cidadãos têm o direito. Nós vamos contribuir com o prefeito e sempre agiremos ouvindo a todos, tentando definir ações que tenham recursos para melhoria no atendimento a essas pessoas”, disse.

Para o deputado estadual Marcio Pacheco, que também fará parte do conselho, a cidade do Rio será pioneira na luta pelos direitos aos autistas. “A decisão do prefeito em criar um conselho direcionado ao autismo vai mudar o Brasil porque o Rio de Janeiro é o cenário que vai demonstrar o quanto essa pauta é importante para a população”, declarou.

Saiba mais

O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento infantil caracterizado por dificuldades na interação social, comunicação, comportamentos repetitivos e interesses restritos. Nos últimos anos, vem se percebendo um crescimento no mundo em relação ao autismo na sociedade. De acordo com o prefeito, o encontro foi apenas um gesto. “Um primeiro passo, um rumo que estamos tomando para assumir um compromisso. Virão outros. Ninguém vai trabalhar sem ouvir os pais. Vamos cuidar das pessoas”, concluiu Crivella.

O encontro também contou com a presença do vereador Cláudio Castro e do Dr. Eduardo, presidente do Hospital Clementino Fraga.

 

Texto: Angélica Fernandes / Ascom – Prefeitura do Rio de Janeiro, com informações da Ascom – vereadora Tânia Bastos
Fotos: Edvaldo Reis

 

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