Luiz Carlos defende capoeira nas escolas municipais de Salvador

Audiência pública debateu a Lei nº 10.639 na última sexta-feira.

Publicado em 23/12/2013 - 00:00

Luiz Carlos defende capoeira nas escolas municipais de Salvador
“Defendemos a inclusão da arte nas escolas, inclusive, como forma de manter nossas crianças e adolescentes distantes da criminalidade”, ressaltou Luiz Carlos.

 

Salvador (BA) – Com o tema “Inserção da Capoeira nas escolas municipais”, a Frente Parlamentar em Defesa da Capoeira da Câmara Municipal de Salvador e a Federação de Capoeira da Bahia (Fecaba) promoveram audiência pública para discutir a Lei nº 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas. No evento realizado no Centro Cultural, o vereador Luiz Carlos de Souza (PRB-BA), presidente da Frente, cobra a inclusão da arte – patrimônio imaterial brasileiro – na grade curricular da rede municipal de ensino.

Para o vereador republicano, o ensino da capoeira deve proporcionar o desenvolvimento de diversas habilidades, além de ter um caráter social. “A capoeira já fez por merecer. A disciplina vai permitir aos alunos que reconheçam seus potenciais psicológicos e físicos, e também levar o conhecimento das raízes culturais, que está previsto na lei. Defendemos a inclusão da arte nas escolas, inclusive, como forma de manter nossas crianças e adolescentes distantes da criminalidade”, ressaltou.

Representando a Fecaba, o contramestre Marcelo Gangazumba defendeu que o ensino da arte seja ministrado por mestres e contramestres. “Querem instituir a formação acadêmica para o ensino da Capoeira. Em nosso país, um homem se tornou presidente da República sem qualquer formação. Por que impedir que o povo tenha o poder de disseminar sua própria arte? Não abrimos mão de ensinar aquilo que temos de melhor”, argumentou.

O pesquisador em Educação e Capoeira, Dayton Carvalho, conhecido como Mestre Piauí, reforçou: “Não existe disciplina mais completa. Desenvolve a percepção da criança, dá ritmo, equilíbrio e sociabiliza. É preciso criar um projeto pedagógico e os programas têm que ter, obrigatoriamente, mestres de capoeira”.

Ampliação

De acordo com o subcoordenador de Esportes, Lazer e Entretenimento da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Everaldo Souza, a Prefeitura de Salvador pretende ampliar o espaço da capoeira na rede municipal de ensino. “Com mais escolas com tempo integral, mais atividades serão incluídas na grade curricular. A capoeira já faz parte de programas como o Mais Educação e o Segundo Tempo, mas algumas barreiras ainda precisam ser superadas”, admitiu.

Da plateia, o Mestre Villa pediu mudanças no andamento dos projetos citados pelo representante da Smed. “A capoeira não pode ser vista como uma mera apresentação. Alguns mestres atuam nesses projetos, mas precisam de um salário compatível com a atividade. Esses programas devem ser aperfeiçoados”, sugeriu. O evento contou com apresentações artísticas dos grupos de capoeira Farol da Bahia e da Fecaba.

O superintendente de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos da Secretaria Estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Ailton Ferreira e a conselheira da Ordem dos Advogados da Bahia, Sílvia Cerqueira, também participaram do debate público.

Texto: Leo Barsan – Câmara Municipal de Salvador
Foto: Marcus Tutty

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